Já pensou deixar as garrafas de vidro de lado e consumir vinho da forma mais trendy de sempre?

Totalmente revolucionários, mas não tão recentes quanto possa imaginar, os vinhos em lata vieram inovar o mercado vinícola mundial. Cada vez mais populares entre o público, o fator de diferenciação destes produtos está exatamente na sua forma de embalamento, prometendo manter todas as particularidades do vinho que transporta.

No entanto, este tipo de bebida em embalagem de alumínio ainda gera muitas dúvidas, e até controvérsia, entre os amantes de vinho. Por isso, junte-se a nós e descubra tudo sobre estes vinhos que conquistam não só os iniciantes neste universo, mas também os veteranos.

Como surgiram os vinhos em lata?

Sabe qual é a casa dos vinhos em lata? Se pensou em Estados Unidos da América, tem a resposta certa.

Nascidos ainda no século passado, a verdade é que a atual popularização desta forma de consumo é mais antiga do que talvez possa imaginar.

Na verdade, a primeira vez que se utilizaram embalagens de alumínio para transporte e conservação de bebidas surgiu por volta de 1935, mas não foi com vinho. Fruto da implementação da Lei da Proibição das Bebidas Alcoólicas nos EUA, tornou-se necessário para as empresas reinventarem a sua estratégia, procurando a maior praticidade possível.

Num primeiro momento surgem as cervejas em lata, que viram o seu melhoramento na década de 60 com o surgimento do alumínio reciclável e o abridor como conhecemos hoje. Foi também por esta altura que se começou a tentar adaptar o vinho para este tipo de mercado, chegando mesmo a ser lançadas produções como o vinho brasileiro ‘Vinhas de Israel’, em 1972.

No entanto, ainda não tinha sido encontrada a fórmula de sucesso — as embalagens de alumínio davam origem a reações com o vinho, que afetavam negativamente as suas características, chegando mesmo a mudar o seu sabor.

Por isso, foi só no início deste século que realmente o vinho em lata viu a sua fórmula aprimorada. Encontrando assim o método de conservação e proteção adequado, que não interferisse na qualidade da bebida, os vinhos em lata começaram a sua propagação. Aqui destacamos o ano de 2017, momento em que a resistência dos consumidores começou a cair, e 2020, ano de pandemia em que o consumo deste tipo de vinho aumentou.

Vinhos de lata | Viva o Vinho

Como os vinhos em lata são produzidos

Desde o desenvolvimento dos vinhos em lata que produtores e regiões vinícolas de todo o mundo têm aperfeiçoado a produção da bebida. Entre os seus objetivos encontra-se o alinhar de três fatores: a qualidade do vinho, a sua conservação através da lata e o seu armazenamento.

Por isso, é importante que o processo produtivo e de conservação dos vinhos em lata preserve todas as suas características. A melhor solução encontrada foi a utilização do revestimento certo das latas.

Isto significa que as latas são revestidas no interior com uma camada protetora. O revestimento pode ser de diferentes tipos, incluindo verniz à base de água, epóxi ou com polímero.

Assim, os vinhos são produzidos num processo semelhante ao dos vinhos engarrafados tradicionais, tal e qual já conhece. O verdadeiro diferencial está no seu embalamento. Para além do seu revestimento, as latas também são completamente esterilizadas, seladas para a vedação adequada e, por fim, armazenadas em locais frescos e escuros. Isto reflete-se em vinhos com todas as suas qualidades preservadas e com um prazo de validade razoável, que pode chegar aos três anos.

Mas porquê tomar vinho em lata?

Beber vinhos de lata | Viva o Vinho

Beber vinho em lata tornou-se um ritual moderno. Seja um vinho tinto ou, quem sabe, uma sangria branca, opções não faltam no mercado. Mas porquê tomar vinho em lata ao invés do engarrafamento convencional?

Para além da praticidade destas embalagens, um dos benefícios de consumir vinhos em lata é a facilidade do seu transporte. Podendo ser uma opção para um almoço descontraído ou até para levar a um piquenique, este tipo de vinho é fácil de empilhar e ocupa pouco espaço.

Por outro lado, as latas são recicláveis. Contribuindo para a sustentabilidade, estes vinhos ao serem armazenados em alumínio apresentam um menor impacto ambiental.

Por fim, vale destacar que o consumo de vinhos em lata é uma decisão estritamente pessoal, já que existem diferentes perfis de enófilos no mercado. Por isso, explore as vantagens, e o sabor, destes vinhos e perceba se se identifica com a experiência de consumo. Afinal de contas, a forma como o vinho é servido é completamente diferente do habitual.

E espumante em lata? Também posso beber?

Atualmente pode encontrar praticamente todos os tipos de vinhos em lata, desde os rosés até às sangrias. E claro, os espumantes não são exceção.

Disponível neste formato de embalagem, o espumante é produzido e conservado para este propósito. Por isso, é comum que fatores geralmente apreciados nos espumantes típicos sejam alterados.

Um dos melhores exemplos disso é a perceção das bolhas. Apesar de serem mais evidentes num momento inicial, tendem a desaparecer com maior rapidez. E se aprecia a experiência por si só de consumir espumante, o serviço também pode ser totalmente distinto. Aqui é bastante comum que a bebida seja consumida diretamente a partir da lata.

E atenção, a diversidade de produções também não é tão abrangente. Enquanto pode encontrar diversas referências em garrafas de vidro, o mesmo não acontece com espumantes em lata. No entanto, já pode encontrar produções portuguesas, como o Flutt, da PositiveWine, na Bairrada.

O mercado dos vinhos em lata

Quando comparado ao mercado de vinho estrangeiro, Portugal ainda é um país conservador nos hábitos de consumo. No entanto, o país tem aberto cada vez mais as portas à inovação e, por isso, o vinho em lata já não é uma novidade para os enófilos nacionais.

Referências populares como o vinho Gazela, Casal Garcia e Gatão já se renderam a este tipo de consumo. Além disso, existem marcas especialmente desenvolvidas para o propósito, como os vinhos Can-U.

Realmente, este é um segmento em expansão. De acordo com a consultora Grande View Research, já em 2019 o mercado movimentava cerca de 60 milhões de euros mundialmente. E, claro, as expectativas são de evolução, já que a recetividade do público é crescente, especialmente entre os mais jovens.

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