Dia 31 de maio, o Verride Palácio Santa Catarina abre portas ao chef Rasmus Munk, do restaurante Alchemist (Copenhaga) que terá Alexandre Silva, do restaurante Loco e Fogo,como anfitrião, numa viagem inédita aos produtos e sabores nacionais. Dirk Niepoort segura na batuta dos vinhos para este jantar.

No próximo dia 31 de maio, o Verride Palácio Santa Catarina em Lisboa abre portas ao primeiro evento The Art of Tasting Portugal com duplas de chefs, em que o anfitrião português recebe um chef internacional convidado a vir conhecer o nosso país e os nossos produtos. Rasmus Munk, chef do Alchemist (2* Michelin), em Copenhaga, e Alexandre Silva, chef dos restaurantes Loco (1* Michelin) e Fogo, em Lisboa, são a dupla que inaugura este ciclo de eventos, em que se pretende apresentar o país, os seus produtos e promover sinergias entre alguns dos mais mediáticos chefs internacionais da atualidade e alguns dos chefs portugueses com maior projeção no panorama gastronómico nacional e internacional. Este evento, com uma programação que se estende ao longo de 3 dias, tem unicamente disponível para venda ao público o momento do jantar que se inicia pelas 19h, com o preço de 400€ e apenas 30 lugares disponíveis. 

“Ter como missão promover a gastronomia portuguesa, nas suas vertentes de qualidade, criatividade e singularidade, é ambicioso. Colocámos uma fasquia elevada quando criámos a plataforma The Art of Tasting Portugal em 2020 e, mesmo com o período “atípico” que todos vivemos, acreditamos que estamos a juntar as peças certas para esta construção. No site do projeto, foi desenvolvido um mapeamento de produtos que envolve a comunidade de chefs, de forma democrática, com uma loja online, onde se consegue aceder a experiências turísticas focadas no melhor da nossa gastronomia. Em 2021 realizámos o primeiro evento internacional, em Amsterdão, ao qual levámos quatro chef portugueses (Henrique Sá Pessoa, Rui Paula, Diogo Rocha e Rui Sequeira), numa apresentação moderna e criativa de quatro regiões nacionais e, agora, em 2022 iniciamos o processo inverso de trazer a Portugal alguns dos mais reconhecidos profissionais do setor para que não só conheçam o país, mas que venham a ser futuros embaixadores deste vasto património de sabores e de produtos portugueses.  Defendemos que a gastronomia é o melhor cartão de visita para a promoção de Portugal”, afirma Patrícia Dias, fundadora do The Art of Tasting Portugal, a par de Adriana Fournier. “É um privilégio contar com o Verride Palácio Santa Catarina como parceiro, que encaramos como uma embaixada do melhor que existe em Portugal, que disponibiliza o seu espaço para este evento. O apoio da KML/Air France demonstra o interesse que o país regista e a importância que a gastronomia assume na escolha deste destino. O facto de contarmos com a presença de Dirk Niepoort, e com os vinhos da sua Casa neste jantar será claramente um dos pontos altos desta noite”, acrescenta Adriana Fournier.

Portugalidade e sazonalidade serão pratos fortes à mesa do jantar de dia 31 no Palácio Verride Santa Catarina. O chef Rasmus Munk chegará a Portugal – onde nunca esteve – alguns dias antes, e irá a Peniche e às Berlengas, para conhecer melhor os produtos do nosso mar. Algas, peixes e mariscos serão ingredientes em destaque neste jantar. O menu vai apresentar pratos icónicos de ambos os chefs, assim como algumas surpresas, espontâneas, inspiradas nesta viagem. Dirk Niepoort vai marcar presença neste evento, onde terá a seu cargo a desafiante missão de acompanhar o menu deste jantar especial com vinhos da Niepoort, casa centenária de vinhos de eleição.  Haverá também um Momento do Chá, trazido por Nina Gruntkowski, co-fundadora do projecto Chá Camélia, plantação de chá no Fornelo, que é única na Europa continental.

“Estou muito entusiasmado com este encontro, pelas sinergias entre equipas e pelo momento de partilhar a cozinha com este profissional cujo trabalho acompanho e admiro. Acredito que a viagem às Berlengas será marcante para perceber a diversidade de produto da nossa costa e vai inspirar algumas surpresas no menu deste jantar que iremos desenvolver em conjunto”, afirma o chef Alexandre Silva, à frente dos restaurantes Loco (1* Michelin) e Fogo.

Quanto ao chef Rasmus Munk, do restaurante Alchemist (2* Michelin), complementa: “Estou muito entusiasmado por ir a Portugal cozinhar pela primeira vez com a equipa do Alchemist. Será uma oportunidade para explorar alguns produtos locais e potenciar o nosso processo criativo, quem sabe, com algumas inspirações portuguesas nos nossos próximos menus”.

Irreverentes e profundamente criativos, estes dois chefs caracterizam-se por promoverem momentos de reflexão através das suas propostas gastronómicas. Com 31 anos apenas, Rasmus Munk está na vanguarda da cena gastronómica mundial, tendo conquistado para o seu Alchemist (criado em 2015), em Copenhaga, duas estrelas Michelin. O que o distingue é o facto de reunir no mesmo espaço encenação, arte e ativismo – além de comida excelente, claro. O próprio nome “Alquimista” diz bastante sobre a proposta – alquimia é um processo químico de transformação em ouro. Experimental e sensorial, o espaço quer tanto provocar pensamento e introduzir conversas difíceis como servir comida deliciosa. A nível nacional, Alexandre Silva assume desde a abertura do seu LOCO (1*Michelin) a missão de inovar, marcar a diferença, quer na vertente criativa que marca este espaço quer na vertente de se focar na essência de um conceito, que marcou a abertura do FOGO. É a criatividade e a irreverência destes dois chefs que estará em destaque no dia 31 de maio.

Sobre o chef Rasmus Munk:

Aos 31 anos, Rasmus Munk é tido como um dos chefs mais promissores a nível mundial. Nascido em 1991 na aldeia de Randers, na Dinamarca, numa família sem qualquer ligação à gastronomia, a sua carreira arrancou aos 22 anos, quando foi nomeado Chef principal do Treitop, em Veile, e começou a combinar ingredientes, texturas e sabores improváveis em novos formatos. Isto levou-o à abertura do primeiro restaurante Alchemist, em Copenhaga, em 2015. Em 2019, um novo edifício e uma nova versão do espaço nasceram num antigo estaleiro de navios, no bairro industrial de Refshaleøen, e Munk pôs em prática a sua visão e o seu sonho da “Cozinha Holística” que defende. Num espaço com mais de 2000m2, um menu de 45-50 pratos (“impressões comestíveis”) é servido numa sucessão encenada e performativa, numa dança com a arquitetura do espaço. O centro do restaurante é coroado por uma cúpula muito grande, como num planetário, por onde passam diferentes projeções artísticas, que alteram totalmente o ambiente – as imagens variam das auroras boreais às medusas. Esta faceta cénica sublinha ainda mais o espírito provocador, surpreendente e humorístico de Rasmus Munk, que gosta de gerar debate sobre temas éticos e sociais. O ídolo de Munk, Ferran Adriá, chef do El Bullí , afirmou que a refeição que fez no Alchemist foi “uma das mais memoráveis” que teve nos últimos dez anos.

Sobre o chef Alexandre Silva:

Nascido na aldeia de Abrigada, em 1980 (41 anos), Alexandre Silva é um dos chefs portugueses mais criativos e interessantes da sua geração. Cresceu a achar que seria saxofonista, até que entrou numa cozinha e se apaixonou pelo ritmo frenético da criação. A sua característica mais marcante é provavelmente “a inquietude”, a necessidade de estar sempre a fazer coisas novas para se motivar, e um dinamismo e energia natural que canaliza para a sua vida, pessoal e profissional. 

As cozinhas de Alexandre Silva são território fértil de criatividade e pouca monotonia, e por isso, ele tenta constantemente sair da zona de conforto – além de querer que os clientes também o façam.

Estudou Cozinha, Pastelaria e Gestão de F&B na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa, e Gastronomia Molecular no Instituto Superior de Agronomia, e foi chef-executivo do restaurante Bocca, em Lisboa. Ganhou visibilidade junto do público no programa Top Chef, da RTP, que venceu em 2012, e lhe garantiu uma temporada no restaurante El Celler de Can Roca, em Espanha. Nesse mesmo ano, mudou-se para o Alentejo, onde foi chef-executivo do Alentejo Marmóris Hotel & Spa e estreitou contacto com produtores e novos produtos do campo.

Em 2013, regressa a Lisboa com o desafio de chefiar o restaurante Bica do Sapato, um dos mais conceituados da capital. Um ano mais tarde, decide criar a sua própria empresa. Abriu o espaço Alexandre Silva no Time Out Market e, em 2015, decidiu dar um passo importante: abrir o restaurante LOCO, um projeto ousado e criativo, com poucos lugares (24), que se assumia como um ‘fine-dining’ disruptivo. Aí, desenvolveu um projeto interno de I&D – Investigação e Desenvolvimento, experimentando novas técnicas, novos produtos e produzindo novas criações. Oito meses após a abertura do LOCO, conquistou a 1ª estrela Michelin, que conserva até hoje, seis anos volvidos.

Quando o Loco se tornou estável, sentiu ser o momento de conceber um novo projeto, o FOGO. Ter um restaurante integralmente dedicado ao Fogo era uma ideia antiga, que andou uma década na mente de Alexandre Silva. Queria resgatar a arte do fogo, a cozinha de fogo que considera estar na base do receituário português. O Fogo, com 60 lugares sentados, abriu portas em dezembro de 2019, escassos três meses antes de o mundo se fechar em casa. Dividido em cinco secções – forno a lenha, potes de ferro, ‘robata’ (grelhador), padaria e pastelaria, e frios /fumeiro, continua a surpreender o público.

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